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Para a discussão neste trabalho, focalizamos os discursos que têm sido postos em marcha sobre as significações em torno da demanda pelo conhecimento nas atuais políticas curriculares brasileiras para formação de professores. Portanto, tem como objetivo problematizar as demandas pelo conhecimento, voltadas para a formação inicial de professores da educação básica, articulados nos diferentes discursos das políticas BNC-Formação (BRASIL, 2019a) e BNCC (2018). Nesse sentido, o caminho que escolhemos assume as frentes das políticas curriculares ancoradas numa perspectiva discursiva de Currículo (LOPES, 2015a; 2015b), através das abordagens teórico-metodológicas pós-estruturais e pós-fundacionais da Teoria Política do Discurso (LACLAU; MOUFFE, 2015). Consideramos que assumir esse referencial teórico-metodológico, potencializa esta produção para interpretar e desestabilizar a possibilidade discursiva de um acesso imediato ao mundo do conhecimento, à realidade e à verdade, “pois o mundo não está (num lá, à nossa espera) para ser decifrado” (CUNHA; COSTA; PEREIRA, 2016, p. 186). A perspectiva discursiva de Currículo possibilita interpretar a política curricular para além do que se apresenta como tentativa de fixação na norma, produzida por uma ordem, por uma fixação de sentidos, dada por suposição natural. Segundo Mendonça (2009), a política se constrói questionando as tentativas de fechamento do social, numa empreitada marcada pela contingência, precariedade, vulnerabilidade e provisoriedade. Nessa perspectiva, a sociedade passa a ter uma outra interpretação política, problematizando tentativas de um consenso universal incorporado sobretudo nos discursos da modernidade, que busca por um sujeito centrado, emancipado e capaz de realizar a transformação social. Pensar currículo nessa perspectiva é entender que as práticas articulatórias e antagônicas são sempre provisórias, se afastando das utopias, certezas, objetividades e se aproximando do “[...] aqui e ao mesmo tempo do outro lugar; e outros lugares e tempos estão em nós, fazendo com que relativizem a ideia de passado e de futuro” (LOPES, 2013, p. 08).
Palavras-chave
Palavras-chave: políticas curriculares; conhecimento; formação de professores; teoria do discurso.