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A Psicologia, tradicionalmente marcada pela interação humana e métodos presenciais, como a relação psicólogo-paciente e dinâmicas de grupo, foi por muito tempo considerada imune à substituição por tecnologias. No entanto, a pandemia acelerou a incorporação de recursos tecnológicos na prática psicológica, tornando o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) uma técnica dominante, especialmente entre os profissionais recém-formados. Diante dessa transformação, a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais em 2023 abriu espaço para a inserção de competências digitais na formação acadêmica, com efeitos esperados em médio prazo. Este relato apresenta os principais resultados do processo de reformulação curricular em uma universidade pública do Sul do Brasil, que enfrentou desafios pedagógicos, administrativos, epistemológicos e estruturais. Como resultado, foi criada a disciplina de núcleo comum “Tecnologias para Prestação de Serviços em Psicologia”, que aborda temas como teleatendimento, proteção de dados, ética e técnicas. Além disso, propôs-se uma nova ênfase curricular: “Psicologia, Ciência e Tecnologia”, que inclui disciplinas e estágios voltados à aplicação de tecnologias em pesquisa, tecnologias sociais e ao enfrentamento dos desafios da transformação digital e da inteligência artificial. Espera-se, a médio prazo, integrar mais profundamente graduação e pós-graduação, fortalecer a pesquisa e preparar os estudantes para atuar em contextos de alta tecnologia. A iniciativa busca romper com barreiras institucionais e tradicionais, promovendo um currículo mais alinhado com as demandas contemporâneas e o futuro da profissão. A formação em Psicologia precisa, urgentemente, incluir competências digitais e tecnológicas para garantir a qualificação dos profissionais diante das rápidas mudanças sociais e tecnológicas.
Palavras-chave | Competências digitais; Formação do psicólogo; Reformulação curricular |
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