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As últimas décadas têm sido marcadas por intensas transformações digitais que impactam diretamente a educação superior, redefinindo práticas pedagógicas, currículos e a própria missão institucional das universidades. Entre as tecnologias emergentes, a Inteligência Artificial (IA) desponta como uma das mais promissoras e desafiadoras, oferecendo novas possibilidades para o ensino e a pesquisa, mas também levantando dilemas éticos, sociais e institucionais. No campo pedagógico, as tecnologias digitais ampliam a aprendizagem colaborativa, a flexibilidade temporal e espacial e o protagonismo discente. Contudo, também evidenciam riscos de superficialidade da aprendizagem, mercantilização do conhecimento e dependência de grandes corporações tecnológicas. A pandemia de COVID-19 acelerou esse processo, revelando tanto o potencial quanto as fragilidades das instituições no enfrentamento das desigualdades de acesso. A IA, quando aplicada ao ensino superior, permite personalizar a aprendizagem, prever desempenhos e automatizar avaliações, além de contribuir para pesquisas com análise massiva de dados. Entretanto, tais avanços suscitam preocupações quanto à privacidade, ao viés algorítmico e à autonomia universitária. Nesse cenário, torna-se imprescindível que estudantes e docentes desenvolvam competências digitais críticas, que vão além do uso instrumental da tecnologia e envolvem literacia digital, pensamento crítico, colaboração em rede, ética tecnológica e adaptabilidade. Essas competências, além de fundamentais para a inserção no mercado de trabalho, também se relacionam ao exercício da cidadania ativa em uma sociedade hiperconectada. O papel docente, nesse contexto, passa a incluir curadoria digital, integração metodológica e postura reflexiva frente às inovações. Conclui-se que o futuro da educação superior dependerá do equilíbrio entre inovação tecnológica e compromisso humanista. A digitalização e a IA devem ser instrumentos de inclusão, emancipação e democratização do saber, assegurando que a universidade permaneça como espaço de formação crítica, criativa e socialmente comprometida.
| Palavras-chave | Inovação Educacional; Transformação Digital; Inteligência Artificial; Competências Digitais; Ética e Proteção de Dados. |
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