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Resumo
O estudo investiga as implicações filosóficas, pedagógicas e cognitivas da integração das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no Ensino Superior, relacionando-as ao debate contemporâneo sobre o uso da inteligência artificial, competências digitais e inovação curricular. Embora amplamente difundidas nas universidades, observa-se que as TICs são frequentemente utilizadas de modo instrumentalista, reproduzindo práticas tradicionais em formato digital e negligenciando seu potencial transformador para a aprendizagem crítica, colaborativa e criativa. Metodologicamente, trata-se da primeira etapa de uma pesquisa que consistem em uma investigação bibliográfica de abordagem qualitativa, apoiada em referenciais da filosofia da técnica (Platão, Heidegger, Marcuse), da cognição (Vygotsky, Papert) e da cibercultura (Lévy, Santaella). Esse arcabouço teórico permite problematizar tanto os riscos da adoção acrítica das tecnologias, como a superficialidade do conhecimento, a erosão da atenção e a mercantilização dos dados, quanto suas possibilidades emancipadoras, tais como o fortalecimento da inteligência coletiva, a aprendizagem ativa e a construção de ecossistemas educacionais inovadores. A discussão encontrada na literatura indica que a integração limitada ao modelo de “transposição digital” enfraquece processos de cognição e formação crítica. Por outro lado, uma pedagogia crítico-tecnológica, aliada ao uso intencional da inteligência artificial e das ferramentas digitais, potencializa a autonomia docente, a interdisciplinaridade e a produção colaborativa do conhecimento. Nesse sentido, estratégias como o construcionismo digital, a curricularização da extensão e o desenvolvimento de competências digitais constituem caminhos para a inovação curricular. Conclui-se que a integração das tecnologias na educação superior deve ultrapassar a simples modernização de meios, configurando uma transformação paradigmática em que a técnica seja reconhecida como força constitutiva das ecologias cognitivas contemporâneas. Assim, o desafio das universidades consiste em articular inovação tecnológica, inclusão e formação cidadã, alinhando-se aos eixos das Inovações Curriculares.
Palavras-chave: Filosofia da Tecnologia; Ensino Superior; Inteligência Artificial; TICs; Inovação Curricular
Palavras-chave | Filosofia da Tecnologia; Ensino Superior; Inteligência Artificial; TICs; Inovação Curricular. |
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