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A integração da Inteligência Artificial (IA) na Educação Superior tem gerado imenso debate. Pesquisas nesse âmbito refletem a urgência de analisarmos suas implicações. Assim, estamos desenvolvendo a pesquisa "Integração e exploração crítica de ferramentas de IA no ensino: mapeamento, estratégias didáticas e análise de seus efeitos na prática educativa universitária" (CNPQ - Parecer CEP/UFV 7.283.425) para compreender o uso da IA como instrumento mediador no ensino-aprendizagem e identificar atividades que agreguem conhecimento para professores e estudantes de Pedagogia da Universidade Federal de Viçosa. Uma atividade específica, "Tá na rede", elaborada pela coordenadora do projeto e docente da disciplina Tecnologias na Educação, foi desenvolvida com os estudantes matriculados e gerou produtos que estão sendo analisados em um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). A metodologia é qualitativa e documental, analisando reportagens de mídia selecionadas por dez grupos de estudantes sobre “IA e seus produtos - foco chatbots - no ensino e na educação em geral”. Os grupos elaboraram análises críticas guiadas por um roteiro, abordando objetivos, tom, fontes, ética, benefícios, desafios, implicações para professores e alunos, futuro e público-alvo. A análise do corpus é fundamentada na Análise do Discurso (Orlandi e Pêcheux), Teoria Crítica da Tecnologia (Feenberg) e Pedagogia Crítica (Freire). Identificou-se uma pluralidade de posicionamentos nas reportagens sobre IA na educação, com predominância de discursos alinhados ao determinismo tecnológico: eficiência, personalização e otimização do tempo. Porém, são observadas perspectivas críticas, alertando para riscos: padronização, desumanização, vieses algorítmicos e erosão do pensamento crítico. Conclui-se que esta é uma experiência formativa relevante, com potencial de promover a leitura crítica das mídias e a compreensão das disputas ideológicas em torno da IA na educação. O papel do educador como mediador e promotor de leituras críticas é indispensável, pois a IA, embora amplie horizontes, não substitui a dimensão humana, ética e afetiva da educação.
Palavras-chave | Inteligência Artificial; Educação Superior; Tá na rede. |
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