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A incorporação de competências digitais e o uso ético da inteligência artificial representam um desafio central para a educação médica contemporânea. Nesse contexto, a Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp implantou em 2025 a disciplina obrigatória MD237 – Saúde Digital, iniciativa pioneira no país. A ação surgiu da necessidade de preparar estudantes de medicina para lidar de forma crítica, segura e criativa com tecnologias aplicadas à prática clínica.
O objetivo principal foi desenvolver competências relacionadas à gestão de dados em saúde, prontuários eletrônicos, análise de big data, inteligência artificial, dispositivos vestíveis, redes sociais e telessaúde, sempre integrando os aspectos éticos, legais e práticos.
A experiência foi estruturada em dois módulos (Tecnologias da Informação e Telessaúde), totalizando 60 horas, com atividades presenciais, práticas em simulação, videoaulas e seminários. O corpo docente foi composto por professores de diferentes institutos da Unicamp (Medicina, Computação, Matemática) e contou com parcerias externas em inovação digital em saúde.
Os resultados percebidos incluem o engajamento dos estudantes diante da interdisciplinaridade, a apropriação de conceitos de análise de dados aplicados à prática clínica e a ampliação da visão crítica sobre o uso da inteligência artificial na medicina. Entre os desafios, destacam-se a necessidade de formação continuada dos docentes, a rápida atualização frente às mudanças tecnológicas e a integração da disciplina às demais áreas do curso.
Conclui-se que a experiência evidencia a viabilidade e relevância da curricularização da saúde digital no ensino médico, representando um passo significativo na preparação de futuros profissionais para um cenário de crescente digitalização da saúde.
Palavras-chave | Saúde digital; Inteligência artificial; Telessaúde; Educação médica; Inovação curricular. |
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