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Description
A arte é um elemento de ligação entre nós e o mundo, um meio de relação que estabelece uma ponte entre o visível e o invisível. Além disso, a arte pode ser entendida como um sistema de ação social. Afirma-se que “[...] o artista como xamã no sentido que o artista e o xamã são aqueles que conseguem ensinar a ver aquilo que normalmente não é visível, ensinam a ver diferentemente. Assim, a arte nos oportuniza observar o mundo sobre lentes sensíveis e explorar em nós mesmas outras formas de pensar nossa existência e a relação com o mundo ambiente. Porém, nem todos os corpos experimentam museus, galerias ou memoriais do mesmo modo. Sobretudo, quando falamos em corpos dissidentes. Eles nem sequer são contemplados no quesito acessibilidade, em grande parte desses estabelecimentos, nem na produção de arte para tais, pois corpos com deficiência, por décadas, têm sido tratados como sinônimo de déficit e incapacidade. Poderiam as produções artísticas desses corpos, em suas diferentes formas de expressão, atuarem como estruturas de ensino-aprendizagem, ampliando nossas relações, uns com os outros? Compreender outra perspectiva, antes não pensada, é fundamental para ampliar nosso repertório e empatia. Buscaremos, no trabalho, utilizar a noção de antropoética como balizadora para pensarmos um hibridismo de humanos e máquinas que nos possibilite estimular a multissensorialidade, partindo do pressuposto de que a tecnologia possibilita que a arte seja experimentada por corpos singulares. As máquinas foram historicamente produzidas como mediadoras, facilitadoras de serviços dos mais banais aos mais complexos. Seriam as Inteligências Artificiais portas para pensarmos a viabilidade de uma acessibilidade estética? É possível utilizarmos as IA's como mediadoras nos processos de acessibilidade estética? Essas são questões que mobilizam a presente pesquisa em andamento.
Palavras-chave | Acessibilidade, Antropoéticas e Inteligência Artificial |
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