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Introdução: O uso da inteligência artificial (IA) tem se mostrado estratégico em diferentes áreas da educação superior, apoiando ensino, pesquisa e gestão acadêmica. Entretanto, seu potencial para práticas extensionistas, que pressupõem interação transformadora entre universidade e comunidade, permanece pouco explorado.
Objetivos: Realizar uma revisão narrativa para investigar como a IA pode apoiar práticas extensionistas na educação superior, analisando contribuições, impactos e desafios em diferentes contextos comunitários.
Metodologia: Foi realizada busca na base PubMed, utilizando um string de busca elaborado com suporte de um modelo de linguagem grande (LLM), com a pergunta norteadora: “Como a IA pode apoiar práticas extensionistas?”. A pesquisa foi restrita aos anos de 2024 e 2025, resultando em 53 trabalhos. Após leitura crítica de títulos e resumos, 17 manuscritos foram selecionados para análise completa. A síntese seguiu abordagem qualitativa e categorial. Reconhece-se como limitação a busca em uma única base, o que privilegia estudos biomédicos, mas traz contribuições relevantes para a interface com a extensão.
Resultados: A análise identificou cinco áreas principais de contribuição da IA com potencial de transposição para a prática extensionista. Em saúde pediátrica e atenção primária, destacou-se o monitoramento de vulnerabilidades sociais e a orientação de intervenções educativas, semelhantes a programas de promoção comunitária. Em saúde geriátrica e educação comunitária, a IA favoreceu aprendizagem colaborativa e feedback individualizado, fortalecendo processos formativos. Em comunidades indígenas e rurais, apoiou a modelagem de serviços essenciais e a construção de políticas locais, reforçando a relevância social da extensão. Na educação inclusiva, viabilizou materiais personalizados e tutorias virtuais, ampliando o alcance de projetos a públicos diversos. Por fim, em saúde mental, doenças crônicas e emergências sanitárias, auxiliou na identificação precoce, comunicação de risco e co-criação de soluções locais.
Conclusões: A IA apresenta potencial estratégico para práticas extensionistas ao oferecer personalização de ações, inclusão digital, suporte à decisão e impacto social ampliado. No Brasil, o tema ainda é incipiente, configurando oportunidade para programas universitários adaptados à realidade local. Ressalta-se que a IA deve ser compreendida como ferramenta complementar, preservando o caráter humano, participativo e dialógico que fundamenta a extensão universitária.
Palavras-chave | inteligência artificial; práticas extensionistas; educação superior; inclusão digital; engajamento comunitário |
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