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A rápida emergência e disseminação do uso de tecnologias de Inteligência Artificial Generativa (IAG) no ensino superior tem se dado de maneira acelerada, muitas vezes sem mediação institucional adequada e com práticas descontextualizadas que desconsideram fundamentos pedagógicos consistentes. Esse cenário suscita preocupações relevantes quanto à preservação da integridade do processo de aprendizagem, ao risco de esvaziamento da autoria intelectual e à possibilidade de substituição da produção crítica pela dependência excessiva de sistemas automatizados. Para compreender melhor essa realidade, realizou-se um levantamento empírico junto a docentes, discentes e coordenadores da Universidade de Sorocaba (UNISO), utilizando-se formulário estruturado online. As respostas coletadas foram submetidas a validação metodológica pela técnica estatística Alfa de Cronbach, complementada por análise conjunta entre pesquisadores, assegurando confiabilidade e consistência dos dados. Os resultados revelaram que, embora exista reconhecimento da IAG como recurso de apoio didático e facilitador de tarefas, permanecem expressivas lacunas conceituais sobre o funcionamento dessas tecnologias, além de dificuldades em delimitar fronteiras entre autoria humana e contribuição da máquina. Evidenciou-se ainda insegurança quanto à utilização crítica e ética das ferramentas, com receio de que sua adoção acrítica comprometa a construção de competências cognitivas e colaborativas essenciais. A partir desse diagnóstico, o trabalho futuro orienta-se à proposição de um modelo de capacitação universitária baseado em competências, que articule três dimensões fundamentais: técnica, voltada à compreensão do funcionamento das IAGs; pedagógica, dedicada ao desenho de práticas de ensino-aprendizagem responsáveis; e ética, direcionada ao uso crítico e contextualizado. Tal modelo visa consolidar a universidade como espaço de formação reflexiva e responsável, capaz de responder aos desafios impostos pelo avanço das tecnologias generativas e, ao mesmo tempo, preservar a centralidade do pensamento humano no processo educativo.
Palavras-chave | Inteligência Artificial Generativa; Ensino Superior; Competências Digitais; Ética; Capacitação Docente |
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