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Introdução
O treinamento em Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS) por meio de simulação presencial enfrenta barreiras como altos custos, necessidade de espaço físico e baixa escalabilidade. Simulações em realidade aumentada (RA) oferecem uma alternativa remota e mais eficiente em termos de recursos. Hipotetizamos que o desempenho de líderes de equipe em um cenário simulado de fibrilação ventricular (FV) durante a simulação remota em RA seria não inferior ao da simulação presencial tradicional.
Métodos
Este ensaio clínico randomizado internacional, de não inferioridade, comparou o desempenho de líderes de equipe em um cenário simulado de FV entre participantes que realizaram a simulação remota em RA, conduzida por instrutor, e aqueles que participaram de simulação tradicional presencial. Ambos os grupos enfrentaram cenários idênticos de FV. O desempenho do líder foi avaliado por meio de um checklist adaptado e validado para liderança cognitiva e de uma medida observacional de comportamento (Behaviorally Anchored Rating Scale, BARS). Os desfechos secundários incluíram a avaliação, pelos participantes do grupo RA, da usabilidade e da ergonomia.
Resultados
Entre junho e agosto de 2024, 50 médicos residentes em clínica médica e medicina de emergência foram randomizados para os grupos RA ou presencial (25 por grupo). Quarenta e dois completaram integralmente o estudo (RA: n = 22; presencial: n = 20). O grupo RA demonstrou desempenho não inferior ao grupo tradicional em todos os desfechos. As pontuações no checklist foram 41,6 (DP = 6,2) no grupo RA e 42,6 (DP = 5,8) no grupo presencial. O intervalo de confiança de 95% do grupo RA [38,9–44,4] esteve acima do limiar de não inferioridade de 34,1 (20%). Usabilidade e ergonomia foram avaliadas positivamente pela maioria dos participantes.
Conclusão
Os participantes da simulação remota em RA apresentaram desempenho não inferior em termos de tomada de decisão e comportamento como líderes de equipe quando comparados à simulação presencial tradicional. Esses achados sugerem que a RA remota pode constituir uma estratégia viável para ampliar o acesso ao treinamento clínico baseado em cenários, especialmente em contextos com recursos limitados. Os participantes também relataram alta usabilidade e baixo ônus ergonômico, indicando conforto no uso do headset.
Registro do ensaio: clinicaltrials.gov, número NCT06326450
Palavras-chave | simulação; realidade aumentada; suporte avançado de vida; educação médica; ensaio clínico randomizado |
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