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Este relato apresenta uma prática pedagógica realizada com estudantes de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá, no componente curricular sobre relações étnico-raciais e o uso de tecnologias na educação. A proposta buscou identificar e discutir o racismo imagético em tecnologias utilizadas no cotidiano escolar de instituições públicas do Paraná.
A experiência se desenvolveu em três etapas. Na primeira, os(as) estudantes foram organizados em grupos para analisar materiais digitais amplamente utilizados em escolas públicas, como vídeos da TV Paraná Educação, animações, jogos e livros digitais. Observaram que pessoas negras apareciam, na maioria das vezes, em papéis subalternos, enquanto pessoas brancas ocupavam posições de destaque. As reflexões foram norteadas entendendo que as representações visuais são carregadas de significados e moldam discursos sociais.
Na segunda etapa, os(as) estudantes interagiram com ferramentas de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT e geradores de imagem, formulando perguntas relacionadas à história e identidade brasileira. As respostas, muitas vezes, apresentaram visões romantizadas da escravidão e reforçaram estereótipos, evidenciando a ausência de pessoas negras em espaços de poder. A atividade revelou filtros coloniais presentes nos dados e algoritmos dessas tecnologias.
Na terceira etapa, os grupos compartilharam suas percepções, compreendendo a importância da apropriação crítica das tecnologias digitais e da Inteligencia artificial na formação docente antirracista. A experiência mostrou como práticas pedagógicas intencionais podem desconstruir narrativas hegemônicas, promovendo um currículo mais plural e emancipador.
Palavras-chave | Reprogramando o racismo; Tecnologias digitais; Inteligência artificial. |
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