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Na pós-graduação, a disciplina de estágio de docência permite que o pós-graduando se prepare para atuar como docente no ensino superior. Ela proporciona tanto uma vivência prática em sala de aula, quanto o desenvolvimento de habilidades pedagógicas. Em 2020, a pandemia da COVID-19 trouxe como desafio o desenvolvimento de competências digitais pelos docentes e, nos últimos dois anos, surgiu um desafio ainda maior, que consiste no letramento dos docentes para o uso da Inteligência Artificial Generativa (IAGen). No programa de pós-graduação em ciências cardiovasculares da Universidade Federal Fluminense (RJ), o estágio de docência consiste em uma disciplina teórica e uma prática. Em 2025/1, foi discutido na disciplina teórica o uso de IAGen no ensino superior e os pós-graduandos exploraram o seu uso como ferramenta pedagógica em diferentes contextos. Como atividade avaliativa final, os pós-graduandos produziram um plano de aula, que deveria conter, entre outras sessões, os objetivos de aprendizagem, metodologias ativas, forma de avaliação e rubrica. Foi permitido o uso de IAGen nessa construção, sendo solicitado o relato do nível de uso neste processo. Como resultados, todos os estudantes (n=17) relataram utilizar alguma IAGen no preparo do plano de aula (ChatGPT, Gemini, ou DeepSeek). Cerca de 70% solicitaram à IAGen informações ou ideias, assim como a criação da rubrica, cujo conteúdo foi editado. Nenhum estudante relatou ter solicitado à IAGen a criação de todo o conteúdo do plano de aula. Cerca de 35% criaram o plano de aula e solicitaram que a IAGen editasse ou sugerisse revisões. Como considerações finais, os pós-graduandos relataram que a IAGen se mostra uma ferramenta útil, que otimiza o tempo do docente, mas que é importante verificar as informações fornecidas e sua adequação às demandas do docente e da disciplina.
Palavras-chave | Inteligência artificial; Estágio de docência; Pós-graduação |
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