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A inteligência artificial (IA) impulsiona avanços sem precedentes, mas implica em riscos de viés, exclusão e degradação ambiental. Este trabalho analisa por que a integração das Ciências Sociais e Humanidades (CSH) nos currículos de engenharia é condição para maximizar benefícios e mitigar os riscos e danos da IA. Partimos de um levantamento nacional sobre percepção de docentes de cursos de engenharia e de referências bibliográficas internacionais, que convergem, constatando que apenas competências técnicas não são suficientes para que os engenheiros lidem com questões éticas contemporâneas. 93 % dos respondentes do levantamento nacional reconhecem que as CSH contribuem para uma liderança ética e responsável do engenheiro, ao mesmo tempo que apontam barreiras como currículos sobrecarregados e falta de reconhecimento da importância desta integração por parte das instituições. Considerando alguns impactos centrais da IA como eficiência e inovação, acesso ampliado a serviços, vieses algorítmicos, pegada ambiental e reconfiguração do trabalho, entendemos que estamos diante de desafios que vêm reforçar a importância da integração das CSH nos currículos de engenharia. Mostramos através de exemplos, que visão humanística e pensamento crítico permitem antecipar consequências não intencionais e orientar decisões de projeto centradas no ser humano. Concluímos que fomentar competências socio-técnicas como empatia, ética e pensamento sistêmico, é fundamental para que escolas de engenharia formem profissionais capazes de transformar a IA numa força inclusiva e sustentável, evitando que a tecnologia se torne, ela própria, fonte de novas crises.
Palavras-chave | Educação em Engenharia, Inteligência Artificial, Ética, Humanidades, Competências Sócio-técnicas |
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