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O uso de ferramentas de inteligência artificial generativa (AGI) no ensino superior tem gerado intensos debates acadêmicos, revelando tanto o seu potencial pedagógico quanto os riscos éticos, epistêmicos e institucionais envolvidos. Enquanto parte da doutrina celebra a possibilidade de personalização da aprendizagem, estímulo ao pensamento crítico e ampliação do acesso ao conhecimento, outra vertente alerta para os riscos da superficialização cognitiva, da dependência tecnológica e da fragilização das competências docentes e discentes. Este artigo propõe uma análise crítica dessas divergências teóricas à luz de experiências práticas de incorporação da AGI em cursos do ensino superior. Como estudo de caso, apresenta-se a disciplina eletiva “Neurotecnologia e Direito”, oferecida a estudantes da graduação em Direito da FGV Direito Rio, no primeiro semestre de 2025, na qual ferramentas de AGI foram utilizadas de forma estratégica para fomentar o engajamento em sala de aula e subsidiar a elaboração de relatórios de avaliação de riscos regulatórios relacionados aos direitos e às liberdades fundamentais no contexto do tratamento de neurodados. O relato da experiência evidencia as possibilidades de uso ético e reflexivo da AGI em contextos formativos, ao mesmo tempo em que reforça a necessidade de estabelecimento de diretrizes institucionais, formação continuada de docentes e revisão crítica das metodologias de ensino. Conclui-se que, para além de um debate binário entre risco e oportunidade, o uso da AGI no ensino superior demanda abordagens normativas e pedagógicas que promovam uma formação responsável, inclusiva e tecnicamente qualificada, capaz de responder às demandas contemporâneas de uma sociedade mediada por tecnologias digitais.
| Palavras-chave | Inovação; ensino superior; inteligência artificial generativa; metodologias ativas;; formação continuada |
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