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Este trabalho insere-se no campo da Linguística Aplicada e tem como objetivo apresentar e discutir experiências vivenciadas por acadêmicos do curso de Letras da Universidade Federal da Grande Dourados, na disciplina Escrita e Ensino, no primeiro semestre de 2025, em que abordou-se o uso ético da inteligência artificial (IA) na educação superior. Para tanto, elaborou-se uma sequência de ensino em que uma das atividades foi comparar a leitura manual com a leitura realizada com a máquina. Após a leitura manual de um artigo de divulgação científica, os alunos processaram o texto com o NotebookLM e tomaram nota dos pontos positivos e negativos identificados que, posteriormente, foram debatidos em sala, ao qual se destacam: i) facilidade e rapidez em processar textos longos e em linguagem complexa; ii) dependência das ferramentas de IA; iii) necessidade de fazer as perguntas certas; iv) uso ético e crítico da IA. A experiência também mostrou que 24% dos estudantes nunca haviam utilizado ferramentas de IA antes, ao passo que 20% o faziam com maior regularidade. Além disso, 48% utilizavam o computador com baixa frequência, contrapondo-se a 28% dos estudantes habituados ao uso do equipamento. Conclui-se, por fim, que embora haja uma preferência pelo uso de dispositivos móveis, bem como um baixo letramento digital, os acadêmicos têm consciência de que a leitura manual estimula o sistema cognitivo, sendo uma prática essencial para uma compreensão textual de qualidade. Nesse sentido, a leitura com a máquina se configura em um recurso útil para processar grandes volumes de texto, triagem de artigos e, ainda, para a explicação de trechos que o estudante não compreendeu com a leitura manual.
Palavras-chave | Ensino Superior; competência leitora; ferramentas computacionais. |
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