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Description
Como tutor no Atendimento Educacional Especializado (AEE) do curso de Pedagogia da UNIPAMPA, busquei explorar o uso de Inteligências Artificiais (IA) generativas de texto para apoiar estudante com necessidades educacionais específicas. A intenção era usar a tecnologia para adaptar materiais acadêmicos, esperando tornar os conteúdos mais acessíveis. Na prática, utilizei diversas plataformas de IA para simplificar artigos complexos e reformular explicações técnicas, uma tarefa constante em minha rotina. No entanto, a vivência revelou um distanciamento profundo entre a produção da máquina e a necessidade humana do estudante. Os textos gerados, embora rápidos, mostravam-se frequentemente superficiais, perdendo a profundidade conceitual ou, pior, introduzindo imprecisões sutis. Faltava à IA a capacidade de compreender a singularidade de cada discente, o que resultava em adaptações genéricas e ineficazes. Essa experiência prática me levou a refletir sobre os riscos de uma automação acrítica no campo da inclusão. A sensibilidade para perceber as barreiras individuais e a empatia para construir pontes de aprendizagem continuam sendo competências exclusivamente humanas. Concluo, a partir desta vivência, que a mediação qualificada do tutor é insubstituível e que a promessa da IA na educação inclusiva deve ser vista com cautela, pois o trabalho no AEE exige uma humanidade que a tecnologia, hoje, não pode oferecer.
Palavras-chave | Relato de Experiência; Educação Inclusiva; Inteligência Artificial Generativa; Atendimento Educacional Especializado; Mediação Pedagógica. |
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