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Description
Este estudo descreve o desenvolvimento e a testagem exploratória de um assistente de Inteligência Artificial baseado em modelo GPT (Generative Pre-trained Transformer), configurado como versão personalizada para elaboração de planos de aula inclusivos (surdos e ouvintes), operando com informações fornecidas pelo criador do plano, sem buscas externas automáticas. A proposta foi concebida para uma unidade didática baseada em metodologia ativa, desenvolvida para uma turma da disciplina “Libras e Educação de Surdos” da Faculdade de Educação da UNICAMP, com o objetivo de integrar tecnologias de IA ao currículo formativo em resposta a demandas sociais contemporâneas (Apoio: FAPESP 22/05908-0; FAEPEX 3348/24). O intuito é promover o uso crítico dessa ferramenta mediante articulação entre noções de linguagem, diferença e docência, fortalecendo competências docentes voltadas à educação inclusiva. Fundamenta-se em estudos sobre potencialidades e riscos da IA na educação, defendendo seu papel como ferramenta de apoio, não de substituição. A metodologia envolveu o uso da engenharia de prompts associada ao padrão interativo Flipped Interaction Pattern, estratégia que possibilita a coleta estruturada e interativa de informações (inseridas pelas autoras) na construção dos planos via assistente de IA. O processo envolveu: (1) concepção de um fluxo dialógico com perguntas sequenciais; (2) integração de diretrizes pedagógicas e éticas; (3) testes iterativos de refinamento técnico-pedagógico. Para o processo formativo de futuros professores, concebemos que o assistente desenvolvido adquire dupla finalidade: mediar a elaboração de planos inclusivos (surdos/ouvintes) desde a concepção e fomentar a agência docente mediante curadoria crítica das sugestões. Os resultados da testagem do assistente indicaram as seguintes necessidades: (a) tecnicamente, refinamento contínuo de prompts; (b) pedagogicamente, mediação docente para validação de conteúdos; e (c) eticamente, preservação da agência humana, com a IA atuando como ferramenta mediadora. Concluímos que a integração da tecnologia favorece práticas curriculares inovadoras e inclusivas na formação inicial docente, ampliando competências digitais críticas.
Palavras-chave | formação inicial de professores; inteligência artificial; educação bilíngue de surdos; plano de aula inclusivo |
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