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A curricularização da extensão na Educação Superior, somada à crescente plataformização das práticas pedagógicas, impõe novos desafios à atuação docente frente às tecnologias digitais. Este estudo teórico-reflexivo, ancorado em revisão crítica de literatura, discute o papel do professor como mediador tecnopolítico, entendido como sujeito que disputa os sentidos da tecnologia na formação universitária. A abordagem adotada integra referenciais da pedagogia crítica e da epistemologia situada, com base em autores que concebem a docência como prática social e política comprometida com a justiça cognitiva, a emancipação e a pluralidade epistêmica. Argumenta-se que as competências digitais exigidas pela extensão não devem ser reduzidas a saberes operacionais, mas concebidas como práticas formativas voltadas à análise crítica das tecnologias e à mediação entre universidade, território e cultura digital. A figura do docente é reposicionada como curador epistêmico e articulador de práticas educativas territorializadas, capazes de confrontar a lógica da performatividade algorítmica. Ao mobilizar contribuições de pensadores como Paulo Freire, bell hooks, Henry Giroux e autores contemporâneos que investigam a tecnopolítica e a governança algorítmica, propõe-se uma concepção ampliada de docência universitária, ancorada na escuta, no dissenso e na mediação ética do saber. Os resultados consistem em proposições conceituais que reafirmam o professor como agente estratégico na construção de projetos de extensão orientados por práticas críticas de cidadania digital e engajamento comunitário. Conclui-se que formar docentes capazes de reinscrever as tecnologias nos contextos educativos, com discernimento político e responsabilidade epistêmica, constitui um dos pilares para consolidar a extensão como espaço de criação pedagógica e transformação social.
Palavras-chave | docência universitária; curricularização da extensão; competências digitais; tecnopolítica; pedagogia crítica. |
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